domingo, 25 de agosto de 2013

Amor sem pecado

"Perfect mothers/Adore", de Anne Fontaine (2013) Levanta a mão quem nunca sentiu desejo pelo filho/a do próximo? Pois assim começa "Adore", um drama sensual co-produzido por Austrália e França. Baseado no livro de contos da Nobel da Paz Doris Leassing, "As avós", o filme é dirigido pela francesa Anne Fontaine ( casada com o excelente ator Fabrice Luchini, de "Dentro de casa"), que pela filmografia, se interessa bastante pelos romances erotizados ( dirigiu entre outros "Coco antes de Chanel", "Nathalie X"e "O preço da traição", esse último com cenas eletrizantes entre Juliane Moore e Amanda Seyfried). Naomi Watts, também produtora do filme, protagoniza o filme junto de Robin Wright. As duas, belíssimas nos seus quase 50 anos, interpretam duas amigas de infância, que descobrem estar apaixonadas pelo filho da outra. Os jovens são interpretados pelos ótimos James Fecheviile ( de "Reino Animal), e Xavier Samuel ( Do ótimo suspense "The loved ones"). Ambos são 2 dos melhores atores da nova geração australiana. Curioso é pensar que durante o filme, fiquei pensando o tempo todo em "Do começo ao fim", de Aluizio Abranches. Ambos os filmes apresentam um tema tabu ( no filme nacional, dois meio-irmaõs homens se descobrem apaixonados). Mas o que era para ser um grande conflito e um fator determinante para a ruína da relação, acaba se dissipando em pormenores que deixam passar batida a polêmica, e no caso do filme australiano, acaba virando apenas um romance que discute fidelidade e envelhecimento. Dá vontade de ler o conto de Lessing, adaptado ao cinema pelo excelente Christopher Hampton ( de "Ligações perigosas"), que infelizmente, não conseguiu levantar faíscas de tesão ao filme. Sim, faltou erotismo, faltou chama, faltou libido. O que resta são 4 atores lindos, cheios de saúde, uma fotografia deslumbrante e locações paradisíacas. Difícil não se apaixonar por alguém assim nessas condições, independente de ser mãe. pai, filho, filha, etc. A 1a parte do filme é mais interessante, deixando sobras pro encantamento e deslumbre do amor tabu. Mas do meio em diante, o filme resvala pro mais chato drama sobre traição, ficando arrastado e maçante. A cena final, da revelação com as esposas, é pavorosa. Melodrama em último nível. Nota: 6

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