domingo, 18 de agosto de 2013

O anticristo

"L"anticristo/The tempter", de Alberto de Martino (1974) Pra vocês verem como uma imagem para mim pode ser tão forte e eu jamais esquecer dela. Quando eu era criança, lá pelos anos 70, sempre via na tv e nos outdoors a imagem sinistra dessa versão italiana de "O exorcista". A imagem da atriz Carla Gravina possuída e sentada numa cadeira de rodas para mim foi algo inesquecível. Desde então, jamais consegui ver o filme. Primeiro, porque era para 18 anos. Depois, nunca foi relançado. Em dvd idem. Pensei nele nesses dias, e não tive dúvida: vou baixar e ver se ele corresponde àquela sensação de pavor que tive na época, que nem me fazia dormir direito. Vendo a ficha técnica, fiquei espantado que Ennio Morricone tenha feito a trilha sonora. Ele já havia trabalhado com Dario Argento, outro mestre do horror italiano, e achei o máximo ele combinar gêneros distintos em sua filmografia. Bom, infelizmente o tempo fez com que o filme perdesse qualquer tipo de credibilidade. Já não existe mais nenhuma sensação de pavor. Somente risos involuntários. Mas creio de verdade que na época ele tenha suscitado gritos na platéia. Lembro-me que quando vi "Poltergeist" no cinema, nos anos 80, o cinema inteiro gritava, inclusive eu, levando altos sustos. Hoje em dia esse filme passa na tv e até mesmo as crianças acham bobo. Uma pena que esses filmes se tornem reféns dos efeitos especiais, que obviamente, ao passar dos anos, vão se aperfeiçoando cada vez mais. O tempo passa, os efeitos vão focando toscos e ultrapassados. A história é bem simples: Ipollita, uma jovem cadeirante, é levada pelo seu pai ( Mel Ferrer) até uma igreja aonde milagres teem sido testemunhados. Ela quer voltar a andar. ( ela não é paraplégica, algum trauma causou essa paralisia nela). Chegando lá, ela observa um caso de possessão demoníaca e fica impressionada. Um dia, ela é apresentada a um psiquiatra que trabalha com hipnose regressiva. Ele a faz voltar no tempo, e descobre que na Idade média, ela pertencia a uma seita de adoradores do diabo. A partir daí, as duas Ipollitas se confundem, trazendo o diabo no corpo dela. Além de "O exorcista", de onde o cineasta chupa absolutamente todas as referências ( uma cena hilária, uma das vitimas de Ipollita gira a cabeça, assim como fez Linda Blair. Nossa, ri demais, muito tosco), o filme também cita "O bebê de Rosemary", na cena do diabo transando com a mulher durante um sonho. Entre os desconhecidos do elenco, 2 atores famosos na época: Mel Ferrer, que fora casado com Audrey Hepburn até 68, e Alida Valli, uma diva italiana que interpreta a governanta da família. Não adianta querer buscar congruências na história ou o porquê das ações dos personagens. Melhor nem pensar demais. Ou alguem vai querer saber como que a cena final do exorcismo se dá no Coliseum de Roma? Bom, uma pena que agora, terei que desmistificar esse imagem da infância que tive do que era um filme de terror sinistro. Nota: 5

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